De pedras preciosas a materiais para construção: Mineração no Tocantins movimenta R$ 1,7 bilhão

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Municípios produtores recebem 60% da compensação financeira paga pelas mineradoras. Produção gera 26.760 empregos diretos e indiretos no estado, segundo a Agência Nacional de Mineração.

Entre ouro, esmeraldas e materiais para construção civil, o setor de mineração movimenta a economia e atrai investimentos para o Tocantins. De acordo com a Agência de Mineração do Estado do Tocantins (Ameto), só no ano de 2024 as empresas do segmento faturaram R$ 1,75 bilhão no estado, representando um crescimento de 21,11% em relação a 2023.

A agência afirma que o Tocantins tem mais de 30 projetos estratégicos de mineração, com investimentos estimados em R$ 4 bilhões até 2027. A atividade traz esperança de desenvolvimento econômico para cidades no interior do estado, mas, ao mesmo tempo, causa preocupação sobre os reflexos ambientais.

No início de fevereiro desde ano o governo do estado anunciou que o projeto para implantação da mina de ouro em Monte do Carmo, avaliado em R$ 1,4 bilhão, foi adquirido pela mineradora peruana Hochschild Mining, e está em fase de licenciamento. A expectativa do governo é de que sejam gerados 2 mil empregos diretos e indiretos na região.

Segundo a Ameto, para cada emprego direto na mineração, são gerados 11 indiretos. Dessa forma, as mineradoras são responsáveis por cerca de 26.760 empregos diretos e indiretos no estado.

Além dos empregos gerados, a arrecadação da Exploração Mineral de 2024 no Estado do Tocantins foi de R$ 30.278.138,78. A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) é paga pelas empresas e repassada aos estados, Distrito Federal e municípios da seguinte forma:

✅ Município Produtor: 60%
✅ Município Afetado: 15%
✅ Estado: 15%
✅ União: 10%

De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), há três casos em que os municípios afetados têm direito aos “royalties” de mineração:

🔹 Quando cortados por ferrovias e dutos para transporte de minérios;
🔹 Quando afetados por operações para embarque e desembarque dos produtos via portos;
🔹 Ou que tenham barragens de rejeitos, instalações que recebam substâncias minerais ou abriguem pilhas de material removido das minas, mas sem finalidade comercial.

Impactos sociais e ambientais

Proprietária de um mercado em Monte do Carmo desde 1988, a dona Eva de Jesus Magalhães viu o movimento na cidade, que tem pouco mais de 5 mil habitantes, se modificar ao longo dos anos. O fluxo de pessoas preocupa a idosa, embora seja bom para os negócios.

“Tem a vantagem do desenvolvimento [econômico], mas também tem a desvantagem. Porque a cidade não tem estrutura para receber esse impacto, a cidade não comporta esse monte de gente”, comenta.

Parte dos trabalhadores da mineradora de Monte do Carmo tem se hospedado em cidades vizinhas. Outra preocupação dos moradores é em relação aos impactos ambientais. Segundo a comerciante, o local onde a mineradora está instalada fica próximo da nascente de dois córregos que abastecem o município.

Conforme a agência, todos os projetos de mineração no estado são aprovados obedecendo às legislações ambientais e são fiscalizados pelos órgãos ambientais competentes do município, estado e União.

A atividade de mineração é fiscalizada pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e Ameto através de um termo de cooperação técnica.

Veja a distribuição das mineradoras no estado

Além do ouro, o Tocantins também se destaca na produção de calcário, fosfato, gipsita, ferro, manganês, esmeralda, quartzo, granada e materiais para construção civil.

📍 Palmeirópolis abrange o complexo polimetálico, onde são produzidos ouro, cobre, prata e chumbo.
📍 Almas, Monte do Carmo, Chapada da Natividade, Pindorama e Natividade são grandes produtoras de ouro.
📍 Almas e Natividade também produzem calcário, assim como Bandeirantes, Taguatinga, Xambioá, Formoso do Araguaia, Pugmil e Novo Jardim.
📍 Arraias se destaca na mineração de fosfato.
📍 Monte Santo e Cristalândia têm arranjos produtivos para esmeraldas e cristal, respectivamente.

💎 A mineração no Tocantins segue impulsionando a economia, mas também exige atenção para garantir um desenvolvimento sustentável e equilibrado.

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