Greve dos professores em Araguaína expõe embate entre valorização profissional e gestão orçamentária

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Nesta sexta-feira, 9 de maio, a Prefeitura de Araguaína se manifestou publicamente sobre a paralisação dos professores efetivos da rede municipal de ensino. A gestão afirmou ter recebido com surpresa a decisão da categoria, destacando que o diálogo com os profissionais da educação sempre esteve aberto e que as demandas apresentadas estão sendo analisadas com responsabilidade.

Segundo nota enviada à imprensa, a administração municipal informou que uma reunião já estava previamente agendada com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Araguaína. O encontro deveria ter ocorrido na última quarta-feira, 7, mas teve de ser reagendado para o próximo dia 14 devido a uma viagem de urgência do prefeito Wagner Rodrigues a Brasília. A prefeitura ressaltou que o reagendamento foi comunicado com antecedência ao sindicato, antes da deflagração da greve.

Entre as reivindicações dos professores estão o pagamento das progressões funcionais, a implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) para os servidores administrativos e a aplicação da Lei do Piso Nacional, que prevê a destinação de um terço da jornada de trabalho para atividades extraclasse, como planejamento.

A Prefeitura informou que está avaliando as reivindicações com base na viabilidade financeira do município para o ano vigente. A nota enfatiza que é dever do Executivo assegurar a distribuição equilibrada dos recursos públicos entre todos os setores que necessitam de investimentos e manutenção, não sendo possível priorizar uma área em detrimento das demais.

Além disso, a gestão municipal alegou estar enfrentando dificuldades financeiras provocadas pela redução nos repasses constitucionais de outras esferas de governo. Segundo o comunicado, essa situação vem comprometendo o equilíbrio das contas públicas desde o início de 2025.

A administração também fez questão de frisar que os salários pagos atualmente aos professores da rede municipal são, conforme levantamento interno, os terceiros mais altos entre as redes públicas de ensino em todo o país. A remuneração, de acordo com o município, supera até mesmo a de muitas instituições privadas de ensino e é regulada por um plano de carreira que já se encontra em processo de atualização.

Para assegurar o cumprimento do calendário escolar, a Prefeitura anunciou que os dias letivos afetados pela paralisação serão repostos. As aulas poderão ocorrer aos sábados ou durante o mês de julho, a fim de evitar prejuízos à aprendizagem dos estudantes, especialmente das crianças que estão em fase de alfabetização.

A nota também destaca que nos últimos quatro anos, Araguaína teria registrado um dos maiores volumes de investimento em educação da sua história. Dentre as ações, estão a construção de novas escolas, reforma e ampliação de unidades já existentes, entrega de materiais didáticos, instalação de ar-condicionado em todas as salas — inclusive nas escolas da zona rural — e ampliação de espaços de lazer. A cidade também recebeu reconhecimento nacional por seus avanços na área.

Neste início de 2025, foi inaugurada a primeira creche em tempo integral do município, a unidade Gardene Mota, com capacidade para atender 230 crianças. Segundo a Prefeitura, a meta é estender esse modelo para toda a rede municipal nos próximos anos.

A gestão finaliza o comunicado reiterando que continua comprometida com a qualidade da educação e com a valorização dos servidores, mas reforça que todas as decisões devem ser tomadas com base na responsabilidade fiscal e no cumprimento da legislação orçamentária.

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